A McLaren deu o que chamou de “primeiro passo para reforçar sua estrutura organizacional” (Foto McLaren)
Afastado da presidência da McLaren há poucos dias, Ron Dennis já foi substituído por Zak Brown. Empresa confirmou que houve negociações com a Apple, algo até então negado. Rei morto, rei posto…
O mundo da F-1, em particular a McLaren especificamente, acaba de demonstrar que é uma atividade tão mundana quanto qualquer outra onde o dinheiro é a mola-mestra. Ou seja, como praticamente qualquer outra atividade humana. Semana passada o empresário Mansour Ojjeh e o fundo de investimentos barenita Mumtalakat usaram os 75% de ações em seu poder para afastar Ron Dennis do comando executivo do grupo. Ontem (21/9) foi anunciado que o americano Zak Brown (foto de abertura) assumirá o posto de diretor-executivo do Grupo Tecnológico McLaren e parte significativa das atribuições até então a cargo do inglês no organograma da operação. O informe ocorreu praticamente ao mesmo tempo que Mike Flewitt, executivo-chefe da McLaren Automotive, admitiu que houve negociações com a Apple, informação que circulou em setembro e que até então havia sido negada pela empresa:
“Eles vieram, conheceram a fábrica e nós conversamos, mas não houve nenhuma proposta formal,” foi a declaração de Flewitt a jornais ingleses. Flewitt lembrou Bill Clinton quando admitiu que fumou maconha… mas não tragou.
A leitura desses dois episódios mostra que os acionistas majoritários Ojjeh (que detém 25% das ações do Grupo McLaren) e o fundo Mumtalakat (detentor de 50%) estão dispostos a manter Dennis cada vez mais afastado da empresa, que atua no segmento de carros esportivos de luxo e desempenho, eletrônica e serviços industriais de alta tecnologia. O destino de Dennis, que detém os restantes 25% das ações, ainda é incerto, mas a julgar pelos últimos acontecimentos é pouco provável que haja uma reconciliação com seus sócios. Afinal, o site do fundo deixa claro a premissa de seus investimentos: “alinhamento sólido de interesses entre a companhia e seus acionistas.” Resta saber como será sua participação na empresa, cujo faturamento anual está em torno de US$ 1 bilhão.
Que ninguém espere ver Ron Dennis se dedicando a cuidar do jardim ou pescar salmão, hobbies típicos de aposentados britânicos…
Não bastasse o movimento na McLaren, o automobilismo inglês foi sacudido pela notícia que um consórcio russo está em negociações avançadas para adquirir o circuito de Silverstone, cujo leasing está em poder do British Racing Drivers Club, o BRDC. Apesar de extremamente movimentado dentro e fora das pistas — o local abriga várias empresas voltadas ao automobilismo de competição e aviação civil — aparentemente o resultado dos últimos cinco anos aponta o prejuízo de £ 55,2 milhões (R$ 230 milhões). Nos últimos meses a Jaguar Land Rover e os empresários Lawrence Tomlinson (dono da Ginetta e várias outras empresas) e Jonathan Palmer (ex-piloto de F-1) fizeram ofertas que, por motivos diversos, não prosperaram. No caso da Jaguar Land Rover o empecilho foi o fato de a Porsche manter uma pista de testes no antigo aeródromo de Northamptonshire.
F-1 em fim de temporada
O GP de Abu Dhabi, neste domingo, encerra a temporada 2016 da categoria em grande estilo, cortesia da disputa entre os dois pilotos da equipe Mercedes: Nico Rosberg (líder com 367 pontos) e Lewis Hamilton (355). As combinações mais simples para definir o novo campeão indicam que um terceiro lugar garante o título ao alemão, enquanto o inglês precisa vencer e torcer para seu adversário termine no máximo em quarto.
A corrida de Yas Marina terá 55 voltas pelo circuito de 5.554 metros, traçado famoso pelo asfalto liso e relativamente pouco abrasivo e que exige 75 trocas de marcha a cada giro. O desenho destaca curvas rápidas, o que equivale a usar o motor em regime máximo em 56% do tempo de cada volta. O recorde atual, registrado em 2009 por Sebastian Vettel, é de 1’40”279 e logo após o ponto de velocidade mais alta (cerca de 340 km/h no final da reta principal) é preciso reduzir para primeira marcha antes de fazer a curva mais fechada do circuito, pouco antes do segundo trecho onde é permitido o uso da asa móvel.
Felipe Massa faz sua última largada na categoria e Felipe Nasr faz sua última prova com o apoio do Banco do Brasil: a instituição financeira governamental não renovou seu apoio e o brasiliense fica em situação mais complicada para prosseguir na categoria. Ontem a Sauber confirmou a renovação do contrato de Marcus Ericsson por mais uma temporada; segundo o mesmo comunicado, “o segundo piloto será anunciado oportunamente”.
Audi sai pelo pódio mais alto
A Audi se despediu do Campeonato Mundial de Resistência (WEC) com uma dobradinha na 6 Horas do Bahrein, sábado, com o carro tripulado por Lucas di Grassi, Loïc Duval e Oliver Jarvis em primeiro e outro, comandado por Marcel Fässler, Andre Lotterer e Benoît Tréluyer em segundo. O pódio foi completado pelo Porsche de Brendon Hartley, Timo Bernhard e Mark Webber.
Os promotores da categoria anunciaram que o regulamento de motores da categoria LMP1, a mais importante do WEC, estão congeladas até dezembro de 2019, porém alterações aerodinâmicas deverão entrar em vigor após homologação que deverá acontecer na próxima reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor, em dezembro.
Domingo, as principais equipes do campeonato promoveram vários testes de equipamento e o brasileiro Pipo Derani marcou o terceiro tempo a bordo de um Toyota de fábrica. O mais rápido foi o americano Gustavo Menezes, que conquistou o título de pilotos na categoria LMP2 com um Renault Alpine. A surpresa do teste foi a participação do polonês Robert Kubica, que andou com um CLM-ERA e marcou tempos melhores que os pilotos habituais da equipe liderada por Romulus e Colin Kolles, pai e filho. Colin já esteve envolvido com seis diferentes equipes de F-1: Jordan, Midland, Spyker, Force India, HRT e Caterham.
Os melhores tempos do treino foram estes:
1) Gustavo Menezes, Porsche 919 Híbrido, 1m43,626s
2) Paul-Loup Chatin, Audi R18 e-tron, 1m43,910s
3) Pipo Derani Toyota TS050 Híbrido, 1m44,292s
4) Robert Kubica, ByKolles CLM-AER P1/01, 1m47,222s
5) Alex Lynn, Aston Martin Vantage GTE, 1m58,774s
6) Ross Gunn, AMR Aston Martin, 1m59,292s
Johnson, Petty e Earnhardt
Jimmie Johnson entrou definitivamente para a história da Nascar ao conquistar seu sétimo título de campeão da mais popular categoria de automobilismo dos Estados Unidos. Com o triunfo, obtido no último no fim de semana em Homestead, na Flórida, ele se iguala a Richard Petty e Dale Earnhardt. Ao final da temporada Johnson somou 5.040 pontos contra 5.037 de Joey Logano e 5.035 de Kyle Busch.
Carol Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.