IQA: Qualidade e confiança na hora do reparo

IQA: Qualidade e confiança na hora do reparo

Batemos um papo com Alexandre Xavier, superintendente do IQA (instituto da Qualidade Automotiva), sobre certificação de peças, de serviços e do próprio profissional da reparação, além disso ele falou sobre a importância da qualidade em toda a cadeia automotiva

Texto: Carol Vilanova

Foto: Divulgação  

IQA: Qualidade e confiança na hora do reparo

Revista Oficina News: O IQA comemorou recentemente 26 anos de história, o que podemos destacar que evoluiu na prestação de serviços pelo instituto neste período?

Alexandre Xavier: Foram muitas evoluções. Podemos destacar o aumento no número de componentes automotivos com certificação compulsória para comercialização no mercado de reposição, o que traz mais segurança para o consumidor e a sociedade em geral, a criação das certificações ambientais como o Selo Verde IQA e o Programa para Melhoria da Manutenção de Veículos Diesel (PMMVD – CETESB), o Fórum IQA da Qualidade Automotiva, que desde 2013 reúne toda comunidade da Qualidade para debater tendências e inovações, a oferta de testes e ensaios de produtos químicos automotivos por meio do Laboratório Químico IQA, inaugurado em 2014 no Pólo Tecnológico de Sorocaba (SP), sem esquecer da nova sede própria do IQA, inaugurada em 2019, com instalações amplas e modernas onde passamos a ministrar nossos treinamentos e desenvolver novas atividades. A pandemia da Covid-19 também trouxe muita evolução na forma como o Instituto atua, com cursos EAD, treinamentos online em tempo real, e o lançamento da marca iQMX, com a oferta de novos serviços, treinamentos e produtos voltados à transformação digital para todos os elos do setor produtivo e de pós-vendas da cadeia automotiva.

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RON: Em relação à qualidade automotiva, o que vem sendo mais observado pelo instituto como prioritário nos últimos anos?

Alexandre: Estão todos muito atentos à qualidade, ainda mais nesse momento de grande transformação social. Na área da produção, a evolução da Indústria 4.0 traz consequências bastante relevantes para a qualidade, pois ela deixa de ser algo isolado e útil apenas no final do processo, para se tornar protagonista em todo o processo, da concepção do produto até o pós-vendas, com a opinião do consumidor final, e isso graças às tecnologias de informação e ao processo de transformação digital das organizações. A prioridade tem sido, portanto, investir na qualidade do produto tal como o consumidor espera e, para isso, utiliza-se das mais diversas técnicas, metodologias e ferramentas necessárias para se atingir esse objetivo.

RON: O AutoRetorno foi uma ação tomada com rapidez no combate à transmissão do coronavírus, quais setores do segmento são contemplados com esse projeto e como aderir a ele?

Alexandre: A Certificação AutoRetorno IQA pode ser aplicada em qualquer organização do setor automotivo, de montadoras às concessionárias, fabricantes de autopeças, distribuidores e comércio varejista de autopeças, oficinas de reparo automotivo, empresas de transporte de cargas e passageiros, entre outras atividades econômicas. O AutoRetorno foi desenvolvido em conjunto com a área de Consultoria em Saúde do Sírio-Libanês, que elabora projetos em saúde para organizações públicas e privadas. Além de garantir a adoção de protocolos de saúde, segurança e para evitar o contágio, o AutoRetorno atua na eficácia das operações para, ao mesmo tempo, garantir a qualidade na produção e apoiar os resultados nos negócios.

RON: O que mudou em relação à prestação de serviços com a pandemia?

Alexandre: Tivemos diversas mudanças, porém os objetivos são os mesmos: oferecer ferramentas para as organizações fazerem produtos e serviços com a qualidade esperada pelo consumidor. As mudanças foram na forma de contato, sempre com o mínimo possível, respeitando o distanciamento social e os protocolos de saúde e segurança do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS). Para tanto qualificamos profissionais, digitalizamos processos que ainda não o tinham sido e desenvolvemos ferramentas de auditoria remota, online, treinamentos online, cursos à distância (EAD) entre outros.

RON: O setor de reparação há muito sentia falta de uma certificação profissional, como a Certificação IQA de Competência Profissional vai suprir essa carência, e como o profissional tem acesso a ela?

Alexandre: A Certificação IQA de Competência Profissional é uma certificação voluntária que o próprio profissional pode realizar, independentemente do nível de escolaridade. Com a certificação, o mercado terá à disposição informações confiáveis das competências dos profissionais de reparação automotiva, com base nos conhecimentos, habilidades e atitudes. Isso ajuda a eliminar gargalos no mercado de trabalho, a promover capacitação profissional, aumentar produtividade e competitividade, e reduzir retrabalhos e problemas de garantia. O acesso à certificação será por meio de ferramentas online, e assim que for lançado o programa, no segundo semestre deste ano, todas as informações estarão disponíveis no nosso site: www.iqa.org.br

RON: Como é feita a certificação na prática e o que esse certificado muda na vida do mecânico?

Alexandre: Na prática, o profissional interessado deve se inscrever no programa de Certificação IQA de Competência Profissional, pagar a taxa do exame, cujo valor será divulgado em conjunto com o início da oferta, e realizar a prova que será totalmente online (pode ser feita no computador, tablet ou smartphone). As questões das provas são baseadas nas normas ABNT atuais e existentes, como a de qualificação de mecânico de manutenção (ABNT NBR 15681), inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição em sistema de freios (ABNT NBR 14778), em sistema de direção (ABNT NBR 14779), em sistema de suspensão (ABNT NBR 14780), em sistema de exaustão (ABNT NBR 14781), em regulagem de motores ciclo Diesel (ABNT NBR 14889) e retífica de motores alternativos de combustão interna (ABNT NBR 13032).

A partir do momento que o profissional realiza o exame, ele é avaliado em três níveis de conhecimento: básico, intermediário e avançado. O certificado é válido por três anos e fica disponível digitalmente, tal como o e-título.

Profissionais que aderem à certificação ficam mais em evidência no mercado de trabalho. No modelo desenvolvido pelo IQA, empresários da reparação poderão consultar a base de certificados, que será online. A certificação elimina, ou minimiza, os riscos de uma contratação na base da conversa, uma vez que o profissional certificado consegue comprovar a qualidade da mão de obra, por meio de uma avaliação realizada por organismo especializado.

RON: O selo verde ainda está sendo aplicado, em sua opinião, a questão do meio ambiente não está perdendo espaço para questões de mobilidade e alternativas energéticas?

Alexandre: De forma alguma. Percebemos exatamente o contrário, uma maior preocupação em relação ao meio ambiente justamente pelo desenvolvimento de novas formas de mobilidade e matrizes energéticas alternativas. O Selo Verde aplicado às oficinas de reparo automotivo ajuda na melhoria contínua de processos e procedimentos de descarte de resíduos, reutilização e otimização de recursos naturais (água, luz natural), e conscientização de toda atividade de reparo de veículos para reduzir o impacto de emissões de CO2 na atmosfera. Assim, ainda que em um futuro distante o veículo à combustão interna seja eliminado, os novos veículos ainda necessitarão de manutenção, e o Selo Verde sempre estará disponível para as oficinas que querem atuar no mercado de forma amigável ao meio ambiente, e será na verdade ampliado de acordo com o aumento de exigências por conta da ampliação de relevância na sociedade de questões envolvendo Sustentabilidade.

RON: O IQA continua com o programa de certificação de peças? Em que situação estamos nesse quesito, ou seja, quais as principais autopeças já são certificadas pelo Inmetro e o que está por vir?

Alexandre: Sim, continuamos a atuar nesse segmento. Hoje temos dezenas de componentes comercializados no aftermarket automotivo que devem ser certificados compulsoriamente, como os dispositivos de retenção de crianças (as cadeirinhas infantis), baterias, material de atrito de freios, fluido de freios, Arla 32, pneus, vidros automotivos, rodas, amortecedores, bombas elétricas de combustível, buzinas, lâmpadas automotivas, pistões, anéis de pistão, bronzinas, entre outros. Atualmente o Inmetro trabalha na modernização de seu modelo regulatório, que visa flexibilizar seus critérios para ampliar a competitividade das empresas e do País, sem descuidar da segurança do consumidor e do meio-ambiente.

RON: Quais são os projetos do IQA para o setor de serviços automotivos, do que o setor precisa que pode se auxiliado pelo instituto?

Alexandre: O IQA dispõe de diversos serviços para o aftermarket automotivo, como as certificações de gestão da qualidade, as já citadas certificações Selo Verde e PMMVD-CETESB, e a Certificação de Competências Profissionais. Durante a pandemia desenvolvemos o AutoRetorno Serviços, uma certificação voltada para oficinas e varejo de autopeças para auxiliar no atendimento seguro dos clientes, em que o IQA, em parceria com o Sírio-Libanês, avalia todos os procedimentos da empresa sob o ponto de vista da Saúde e Segurança, de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde e OMS.

O setor de serviços, como a grande maioria dos demais setores da economia brasileira, precisa de competitividade, rentabilidade e produtividade, além, claro, de capacitação da mão de obra e gestão empresarial. Isso tudo o IQA pode oferecer por meio do leque de produtos, serviços e treinamentos desenvolvidos ao longo dos últimos 26 anos, que são atualizados constantemente, tal como o novo treinamento de Manutenção de Veículos Elétricos com Qualidade e Segurança, que iniciamos este ano.

RON: Pensando em melhoria contínua numa oficina mecânica, o que o IQA pode oferecer para ajudar neste sentido? Quais são as dicas do instituto para quem quer crescer com o empreendedorismo na reparação?

Alexandre: O IQA tem todas as ferramentas necessárias para o empresário da reparação que percebe a importância da melhoria contínua do negócio. Fazer direito e uma única vez ainda é a melhor dica para quem quer crescer na reparação. Para isso precisa ter total controle do processo e, para isso, precisa mensurar o negócio de ponta a ponta: do uso de material de escritório ao número de horas de mão de obra disponíveis e vendidas. É preciso organização e informações, para uma tomada de decisão acertada. No nosso site temos um arquivo aberto e gratuito com 200 dicas para uma oficina 100%. Minha dica é, portanto, seguir essas 200 dicas é um primeiro caminho para o empreendedor crescer no mercado de reparação (http://www.iqa.org.br/certificacao/servicos/200-dicas-para-uma-oficina-100)

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