Entender melhor o consumidor é um imperativo para indústria

Palestrantes do 7º Fórum IQA da Qualidade Automotiva recomendam: entender melhor o consumidor é um imperativo para indústria suportar o período de mudanças disruptivas. O evento foi realizado nesta segunda-feira (16/9), em São Paulo. Para isso é preciso trabalhar com enorme quantidade de dados, nunca antes disponibilizada, para entregar soluções que atendam demandas reais. E a cultura da qualidade precisa fazer parte do DNA de todas as empresas, completou Ingo Pelikan, presidente do IQA e gerente sênior de Gerenciamento de Fornecedores da Mercedes-Benz, ao abrir o fórum.

Para Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, é fundamental o Brasil avançar em acordos de livre comércio para garantir inserção competitiva. “Defendemos a internacionalização da nossa indústria”, ressaltou. Marcus Vinícius Aguiar, vice-presidente da Anfavea, lembrou que o programa Rota 2030 levará os carros nacionais a melhor patamar em segurança e eficiência. “Ficaremos em pé de igualdade com os veículos da Europa no fim do ciclo”, afirmou.

Em bloco sobre novas tecnologias, Valter Luiz Knihs, diretor industrial de Sistemas & eMobility da WEG, apresentou materiais para o avanço da eletrificação, como o silício, semicondutor abundante e de baixo custo. Mauro Andreassa, professor associado do Instituto Mauá de Tecnologia, falou sobre a economia compartilhada e frisou que a indústria precisa entender o cliente para dar passos seguros. “Nunca tivemos tantos dados”, disse. Para Bruno Ramos, gerente de Produto do Groupe PSA na América Latina, o desafio é trabalhar com todas as informações disponíveis para entregar soluções que atendam necessidades reais. Daniel Lange, líder de Equipe de Inovação da Robert Bosch, falou que a indústria precisa abrir espaços favoráveis para a inovação, como investir em desenv olvimento orientado para o usuário. “É sair do escritório e ir falar com os consumidores para conhecer as realidades”, afirmou.

Ricardo Bacellar, líder da KPMG para Indústria Automotiva no Brasil, mostrou o capítulo brasileiro de pesquisa global, lançado em junho, sobre posicionamentos dos consumidores neste contexto de mudanças, como 87% têm interesse em carros por assinatura e 90% gostariam de ter veículos elétricos à disposição para compra no Brasil. “O consumidor quer ter direito de escolha, assim quem apostar num único cavalo perderá”, comparou.

Entre os representantes do aftermarket, José Mauricio Andreata Jr., vice-presidente da Fenabrave, afirmou que os concessionários têm se preparado para suportar esse período. “Vai sobreviver quem for mais eficiente, buscar novas tecnologias e atender melhor o cliente”, resumiu. Rodrigo Carneiro, presidente da Andap (Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças), destacou que o consumidor assumiu lugar de destaque como nunca na história. “Mudanças disruptivas têm acontecido de baixo para cima, com a exigência do cliente por posturas mais assertivas”, afirmou.

Heber Carvalho, vice-presidente do Sincopeças, mostrou preocupação com a informatização, avançada nas grandes empresas do comércio de autopeças, mas ainda distante do pequeno varejista. A certificação de oficinas foi abordada por Antônio Carlos Fiola, presidente do Sindirepa Nacional, que fez apelo para que a indústria e as empresas seguradoras sejam parceiras e incentivem a certificação. “Assim, vamos preparar o reparador para todo esse cenário”, disse. Ivan Hussni, diretor técnico do Sebrae-SP, avaliou que o atual momento representa “um mar de oportunidades para pequenas empresas” e frisou a necessidade de segmentos trabalharem em conjunto.

Pela primeira vez, o fórum reuniu representantes de logística, como Sandra Klanfar, gerente de Qualidade da Transzero Transportadora de Veículos, que falou sobre uma série de medidas tomadas pela empresa para a redução do índice de avarias, como o uso de dispositivo para delimitação de distância segura. Marcio Santos, gerente de Qualidade e Confiabilidade do Produto da Mercedes-Benz, apontou que uma dificuldade por parte de fornecedores é o atendimento a normas internacionais de logística, que “não se complementam e não são aderentes ao mercado brasileiro”. Fábio Bortoleto, gerente de Logística da CCS, destacou a necessidade de colaboração na indústria. “Ensinem os seus fornecedores a serem melhores e busquem melhorias de resultado”, recomendou.

Representantes do governo marcaram presença e falaram sobre novas regulamentações, como Daniel Tavares, coordenador geral de Segurança Viária do Denatran, que apresentou as últimas medidas para reduzir o índice de mortos e feridos em acidentes do trânsito no País, uma delas o aprimoramento de legislações para aumentar a segurança dos veículos. Depois Gustavo Kuster, diretor de Avaliação da Conformidade do Inmetro, comentou sobre a implantação do novo modelo regulatório, que vem oferecer maior capacidade de resposta e orientação para resultado do que o vigente, além de propor compatibilidade com os modelos aplicados nos mercados europeu e norte-americano.

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