Ford celebra 40 anos de operação do Campo de Provas de Tatuí

Ford celebra 40 anos de operação do Campo de Provas de Tatuí

Neste mês a montadora americana Ford celebra 40 anos de operação do Campo de Provas de Tatuí (SP). A marca afirma que o local é o primeiro e mais completo centro de testes para o desenvolvimento de carros, picapes e caminhões da América do Sul. Segundo a Ford, o centro é dotado de pistas e laboratórios que permitem reproduzir as condições mais severas de uso dos veículos, ele está alinhado com o que a empresa tem hoje de mais avançado em instalações similares no mundo.

Ford celebra 40 anos de operação do Campo de Provas de Tatuí
Ford celebra 40 anos de operação do Campo de Provas de Tatuí

Além das novas gerações globais do Ka e do EcoSport, desenvolvidas no Brasil, esse complexo foi o local que viu nascer modelos de grande sucesso da Ford nas últimas décadas, como Del Rey, Escort, Focus e Fiesta, além da linha de caminhões Cargo.

O campo de provas da Ford ocupa uma área de 4,66 milhões de metros quadrados, com 60 quilômetros de pistas pavimentadas e fora de estrada para simular diferentes condições de rodagem. Entre elas, pistas de alta e baixa velocidade com diferentes tipos de piso, incluindo asfalto, pedra, areia e lama, além de rampas com até 30 graus de inclinação.

Conta também com laboratórios para medição de desempenho e consumo de combustível, emissões, evaporação, arrefecimento, frenagem, penetração de água e poeira, corrosão em cabines de névoa salina, nível sonoro interno e externo, dinâmica veicular, suspensão, calibração e desenvolvimento de motores. Há ainda uma oficina experimental para a construção de protótipos.

Em suas quatro décadas de operação, o campo de provas da Ford já realizou mais de 230 milhões de quilômetros de testes – o equivalente a 5.750 voltas ao redor da Terra. No total, o complexo está equipado para a realização de mais de 440 tipos de testes em pistas e outros 400 em laboratório, submetendo os veículos a todo tipo de desafios para garantir um alto padrão de segurança, conforto e durabilidade, com um time de engenheiros e técnicos experiente e altamente especializado.

“Mesmo com o avanço contínuo da tecnologia e das simulações virtuais, os testes de pista e a sensibilidade dos pilotos são essenciais para o ajuste fino e validação dos veículos”, diz Alexander Chebrat, gerente do Campo de Provas da Ford. “Essa combinação é a base do chamado DNA Ford de engenharia, que garante o reconhecido padrão de desempenho e qualidade dos veículos da marca.”

Todas as pistas são dotadas de um rígido sistema de segurança, que inclui sinalização especial, controle de acesso e treinamento de todo o pessoal operacional e de apoio, além de cercas e passagens subterrâneas para animais silvestres. A equipe médica e de bombeiros da unidade também realiza frequentemente atendimentos de urgência e resgate na comunidade local, trabalhando em parceria com órgãos públicos.

Um dos equipamentos empregados para teste de durabilidade de motores e transmissões no local é o dinamômetro de chassis de alta velocidade. Comandado por um robô totalmente automatizado, ele permite atingir 90% da velocidade máxima do veículo.

O simulador de pistas conhecido como “Four Poster” é usado para avaliar eventuais rangidos na estrutura, suspensão e níveis de vibração do veículo. Para evitar inteferências externas, ele faz tudo isso com o carro parado, suspenso por quatro pilares que se movimentam sob as rodas para simular as variações do piso. Essa movimentação é feita por atuadores hidráulicos, controlados por softwares capazes de reproduzir mais de 30 tipos de pistas do Brasil e do mundo.

“O Four Poster permite, por exemplo, verificar como a suspensão de um protótipo se comporta em uma estrada da China ou da Europa sem precisar levar o carro até lá, reproduzindo as mesmas forças e frequências do piso selecionado”, explica Alexander Chebrat.

No laboratório acústico, equipamentos sofisticados são utilizados para identificar e cancelar todas as potenciais fontes de ruído e garantir o silêncio na cabine – um fator importante na percepção de qualidade do cliente.

Um deles é o Noise Vision, uma tecnologia única no mundo, patenteada pela Ford, que permite visualizar as fontes de ruído do veículo. O VisiSonics é outro equipamento que conta com múltiplos microfones e câmeras para gerar um mapa de 360 graus capaz de sobrepor sons e imagens.

No laboratório de emissões, credenciado pelo Inmetro, são feitos testes para determinação do nível de poluentes, desenvolvimento e calibração de motores, homologações de veículos, controle de qualidade da produção e acompanhamento da durabilidade de componentes. Ele dispõe de modernos dinamômetros e sistemas analisadores de gases para ensaios de motores a gasolina, flex ou diesel, de acordo com as normas brasileiras e europeias.

O campo de provas da Ford também serve de refúgio para uma grande variedade de espécies da fauna e da flora local. Em relação à fazenda que ocupava o local anteriormente, sua área de vegetação hoje é muito maior do que a original. Ela cobre 3,6 milhões de metros quadrados, ou 78% da área total, o equivalente a 340 campos de futebol, funcionando como um pulmão para a cidade. Mais de 8.000 mudas de árvores nativas foram plantadas na unidade, que desde 2003 é certificada pela norma de gestão ambiental ISO 14001.

“Esse avanço da vegetação nativa também atraiu a fauna, aumentando a população de espécies como quatis, pacas, tamanduás, além de animais ameaçados de extinção, como lobo-guará, onça-parda, jaguatirica, águia-cinzenta e jacupemba”, destaca Edmir Mesz, supervisor de Qualidade Ambiental da Ford América do Sul.

Em levantamento feito recentemente por zoólogos, botânicos e engenheiros agrônomos por meio de câmeras em pontos estratégicos e da verificação de vestígios, foi detectada a presença de 368 espécies de animais –  277 de aves, 70 de répteis e 21 de mamíferos.

Nos primórdios da produção nacional, no final dos anos 50, os carros eram testados em vias públicas, como a Rodovia Pedro Taques (atual Rodovia Padre Manoel da Nóbrega), que liga a Baixada Santista ao Vale do Ribeira, em São Paulo.

No final da década de 1960, a Ford sentiu a necessidade de dispor de uma estrutura própria para essas avaliações, com todos os requisitos de segurança e controle. Luc de Ferran, então supervisor da Engenharia de Veículos da Ford, encarregou o engenheiro de testes especiais Edgard Heinrich de procurar um lugar adequado para a construção das pistas. Heinrich sobrevoou a região de São Paulo, num raio de 100 km, e pelas condições do clima, topografia e altitude optou-se pela cidade de Tatuí.

O primeiro terreno, uma antiga fazenda, foi comprado em 1970 e o segundo em 1971. No ano seguinte foi construída a primeira pista off-road, com 2 quilômetros de extensão. A inauguração oficial ocorreu em 1978, com uma pista asfaltada de 1.100 metros, trecho de baixa velocidade, algumas pistas de terra, garagem para seis veículos e escritório para 16 empregados. De lá para cá, a história do campo de provas da Ford está indissocialmente ligada à evolução da indústria automobilística brasileira.

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