Aumento da frota e capacitação profissional foram destaques do Seminário da Reposição

A 20ª edição do Seminário da Reposição Automotiva, promovida pelo GMA (Grupo de Manutenção Automotiva), no dia 14 de outubro, em São Paulo, abordou assuntos relevantes para a indústria automobilística, como frota circulante, mercado de reposição, Programa Carro 100% / Caminhão 100% / Moto 100%, capacitação profissional e apresentou, também, um panorama da economia brasileira e mundial, reunindo representantes de todo o setor de reposição automotiva, entre eles fabricantes de autopeças, distribuidores, varejistas e reparadores.

Sobre o aumento da frota, Raul Camargo, o diretor geral da Gipa Brasil – instituto de pesquisa que estuda o mercado automotivo especializado em pós-venda, destacou que um volume cada vez maior de veículos precisa de manutenção e migra para o mercado independente após um ano e oito meses, sendo que alguns nem cumprem prazo de garantia da montadora.

A pesquisa realizada com 3.950 motoristas revela que o principal motivo para escolha do local para levar o caro para revisão é confiança e não preço, o que representa a necessidade de manter oficinas mais organizadas e limpas, com equipamentos atualizados e equipe treinada. Além disso, o número de concessionárias não aumentou proporcionalmente à frota, fazendo com que a rede autorizada não dê conta de atender a demanda. “Clientes não vão faltar para o aftermarket”, comentou Camargo, acrescentando dados importantes sobre a frota circulante: “Das 4,3 milhões de picapes e vans do parque circulante, 47,5% têm menos de 5 anos, e do parque de veículos, 32,7 milhões são automóveis e SUVs, sendo que 43,6% possuem menos de cinco anos”.

Outro fator que cria oportunidade de negócios é o aumento da quilometragem anual média, que passou de 11.642 km em 2012 para 12.755 km em 2014. Com isso, os intervalos de entradas em oficinas também estão diminuindo. “A oportunidade está a nossa frente. É a chance de vender produtos e serviços com margens menos apertadas”, finalizou.

Stephan Keese
Stephan Keese

Já o consultor da Roland Berger, Stephan Keese, falou sobre o estudo que está fazendo, realizado a pedido do Sindipeças, Sindirepa e Sincopeças, que mostrará o cenário macroeconômico, frota, canais de reposição, movimentação das montadoras e de consolidação e rentabilidade no setor. “Após um ano difícil, o mercado de veículos deve crescer, mas em nível moderado, até 2020”, revelou Keese, apontando os fatores para a evolução: maior poder de compra, aumento e renovação da frota, elevação do valor dos veículos, mudanças regulatórias e no comportamento do consumidor. É esperado que o mercado de reposição atinja R$ 17 bilhões em 2020.

Segundo o consultor, a participação das montadoras deve aumentar no setor e os canais de distribuição, reparação e reposição devem se consolidar, mais profissionalizados e especializados. Ocorrerá também redução do mercado informal, com maior controle de entrada e saída de peças com novas regulamentações. Outros canais de distribuição devem crescer, como o comércio online e supermercado de peças.

Entre os desafios do setor citou a necessidade de estratégia de produtos e desenvolvimento tecnológico mais claro e preços mais competitivos, profissionalização e desenvolvimento de escala para os distribuidores e varejistas, complexidade fiscal e redução do nível de evasão da cadeia de distribuidores para equalizar competitividade interna, aumentar nível de qualificação e treinamento de oficinas e funcionários, educação e conscientização do usuário final sobre manutenção preventiva.

A mão de obra no setor foi o tema central do painel de debates mediado por Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP e Nacional, que questionou a complexidade de se treinar os profissionais do setor. Todos foram unânimes ao dizer que é preciso unir o setor – fabricantes, distribuidores, varejistas, reparadores, instituições de ensino e governo, para disseminar o treinamento, já que há grande carência de mão de obra especializada.

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