Nos bastidores do Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1 ocorre uma operação paralela à rotina das equipes que executam pit stops e ajustes nos carros. A Lwart Soluções Ambientais coordena a coleta e o rerrefino do óleo lubrificante usado durante o fim de semana do evento, atividade que integra o processo de logística reversa do autódromo e cumpre as exigências ambientais previstas na legislação brasileira.
A empresa é responsável por recolher todo o óleo lubrificante utilizado pelos times. O material é encaminhado para rerrefino, única forma autorizada de reaproveitamento do OLUC, óleo lubrificante usado ou contaminado. O processo transforma o resíduo em óleo básico de alta performance que pode voltar à cadeia produtiva. Segundo a Lwart, um litro de óleo descartado incorretamente tem potencial para contaminar até 1 milhão de litros de água, o que explica o rigor dos procedimentos adotados.
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Durante o GP, tambores são posicionados nos boxes e em áreas previamente definidas para armazenar o óleo usado. Ao término das atividades, o material é transportado em caminhões específicos para a unidade industrial da Lwart em Lençóis Paulista, interior de São Paulo. O óleo passa por hidrotratamento, técnica que remove contaminantes e recupera características técnicas do produto original. O resultado é um óleo básico do Grupo II, categoria de desempenho superior à de muitos produtos obtidos do primeiro refino do petróleo. A Lwart é a única produtora desse tipo de óleo rerrefinado na América Latina.

A operação realizada durante o GP São Paulo contribui diretamente para a economia circular do setor automotivo. O resíduo coletado nas garagens das equipes é rastreável e retorna ao mercado como matéria-prima. A organização do evento recebe certificado de destinação final que comprova o atendimento às normas ambientais vigentes. Esse documento reforça o compromisso do GP São Paulo com práticas alinhadas às diretrizes de sustentabilidade corporativa adotadas em grandes eventos esportivos.
A empresa destaca que a possibilidade de retorno do óleo rerrefinado ao mercado fecha o ciclo da logística reversa. O produto pode ser utilizado na formulação de novos lubrificantes destinados a veículos de uso cotidiano. Dessa forma, o óleo usado em motores de alta exigência técnica durante o fim de semana da corrida pode, no futuro, estar presente em veículos de passeio que circulam no país.
Em 2024, a Lwart concluiu estudo de Avaliação do Ciclo de Vida para mensurar a pegada de carbono do óleo básico produzido no processo de rerrefino. O resultado foi de 1.091 kg CO₂e por metro cúbico, número que representa redução de 77 por cento nas emissões em comparação ao óleo obtido do refino primário do petróleo. O trabalho segue metodologias e normas internacionais aplicadas à mensuração de impactos ambientais.
A atividade realizada no GP São Paulo tem papel estratégico para o setor de gestão de resíduos perigosos e reforça a importância de infraestrutura especializada em grandes eventos esportivos. O rerrefino do óleo lubrificante usado evita o descarte irregular, atende às exigências regulatórias e contribui para ampliar a oferta de óleo básico produzido a partir de resíduos. Esse tipo de operação complementa a cadeia de suprimentos e oferece ao mercado produto com critérios definidos de rastreabilidade e desempenho técnico.

A participação da Lwart no GP São Paulo integra um conjunto maior de iniciativas de logística reversa, coleta e reciclagem aplicadas a diferentes setores. A destinação do OLUC é uma etapa central para o cumprimento de metas ambientais e para o desenvolvimento de soluções de criação de valor a partir de resíduos. O evento esportivo demonstra a aplicação prática dessa estrutura em um ambiente de alta exigência operacional.



