
Modelo ganha nova calibração de motor e transmissão automática de segunda geração com a beleza e o conforto tradicionais do veículo da marca mais vendido do mundo
Texto: Carol Vilanova
Fotos: Carol Vilanova e divulgação
O Chevrolet Cruze chegou ao Brasil em 2011 com a incrível missão de substituir um dos maiores ícones da marca por aqui, o Vectra. A versão hatchback, que ganhou o nome de Sport 6, também teve sua parte de responsabilidade quando chegou no ano seguinte, afinal o Vectra tinha uma opção mais esportiva com o GTX, que merecia que ser sucedido por um veículo à altura. Mas isso não foi um problema, o Cruze Sport 6 veio com todos os atributos e um pacote extra de tecnologia embarcada, o que foi logo percebido pelos consumidores.
O modelo que chega agora em sua segunda geração mantém o que tinha de bom: estilo esportivo e modernidade, arrojo e um conjunto mecânico de primeiro mundo. É oferecido nas versões LT e LTZ, a topo de linha. Mas essa história de que em time que está ganhando não se mexe não combina muito com a indústria automotiva e a General Motors resolveu mexer nesses mesmos atributos, evoluindo desde itens de visual até a tecnológica mecânica
E o resultado foi a linha 2015 com mudanças estéticas, uma nova luz diurna em LEDs, nova calibração de motor e a segunda geração da transmissão automática, além do interior mais confortável e novas opções de cores. Testamos o modelo LTZ e na prática não dá para perceber muito essas mudanças, pois o conjunto já era bastante acertado, só melhorou.
O desempenho do Cruze foi estabelecido por uma primícia da GM – adotada em todos os modelos da marca – que é a eficiência energética, ou seja, a melhor performance com o baixo consumo. O moderno motor global denominado Ecotec, que segundo a engenharia da marca, é o nome dado aos motores de alto desempenho com alta eficiência energética. É o que há de mais avançado em tecnologia em termos mundiais. Saiba mais sobre esses motores acompanhando a matéria exclusiva que fizemos com a engenharia da marca no Brasil, pelo link: https://www.oficinanews.com.br/mecanica-leve/motor-ecotec-mostra-tecnologia-e-sofisticacao/
Ainda segundo a engenharia, o trabalho da eficiência energética se dá de três maneiras: eficiência térmica, mecânica e volumétrica. Cada marca escolhe em qual projeto pretende trabalhar. Neste projeto priorizou-se o trabalho nas eficiências volumétrica e térmica.
A recalibração do motor Ecotec 1.8 Flex não aumentou a potência, que continua de 144 cv rpm com uso de álcool e de 140 cv quando abastecido com gasolina, sempre a 6.300 rpm. O que mudou foi o comportamento do veículo, que ficou mais ágil e ganhou em retomadas de velocidade.
Isso se dá por conta do torque conseguido ainda em médias rotações, atingindo os 18,9 kgfm com uso de etanol e de 17,8 kgfm com gasolina, ambos a 3.800 rpm. Mais uma vez é o trabalho da alta tecnologia, já que o propulsor de 1,8 litro Flex adota o cabeçote com duplo comando de válvulas continuamente variável (Dual CVVT), que torna as respostas do propulsor muito rápidas e colabora para uma queima de combustível otimizada.
O coletor de admissão variável (VIM) também ajuda na busca pelo torque em baixas rotações e a potência em altas rotações, tornando as respostas do motor mais elásticas, segundo a GM.
A transmissão automática evoluiu na segunda geração, batizada de GF6-2. São seis velocidades trocadas com bastante agilidade, proporcionando conforto ao dirigir e economia de combustível, de acordo com a GM, por conta do espaço de tempo 50% inferior na troca de marchas é capaz de realizar reduções duplas e triplas.
Outro benefício de ser uma transmissão inteligente, como chama a engenharia da marca, é que pode acionar automaticamente o freio motor quando o controle de cruzeiro está acionado, mantendo estável a velocidade selecionada em declives. O conjunto mecânico conta ainda com direção assistida eletricamente, formada por pinhão e cremalheira, bastante fácil de manobrar e com bom esterçamento para um sedã.
Em relação ao desenho, pouco mudou, com exceção da parte frontal do veículo, que teve para-choque redesenhado, pensando sempre em deixar o modelo mais robusto e esportivo. Eleita como identidade global da marca, a grade bipartida traz agora novos elementos estilísticos e incorpora barras cromadas na versão LTZ.
Os faróis ganharam a tecnologia DRL (luzes diurnas) como item de série e são compostos de LEDs, localizados sobre os novos faróis auxiliares e tem acionamento automático. As rodas são nova, de alumínio de 17 polegadas, com desenho exclusivo para as versões LT e LTZ.
Internamente, o Chevrolet Cruze manteve o padrão de requinte e sofisticação tradicionais do modelo. A versão LTZ ganhou acabamento interno premium, com bancos, portas e painel revestidos em couro bicolor (Brownstone e Jet Black) com costura pespontada, coisa fina!
Itens de segurança já convencionais na marca, como controles eletrônicos de tração e estabilidade (ESP), airbags frontais e laterais, cinto de segurança de três pontos em todos os assentos, sistema isofix para a fixação de cadeirinhas infantis e trava interna antissequestro.
O modelo é realmente um sucesso de vendas não só no Brasil, mundialmente o Cruze atingiu a marca de 3 milhões de unidades comercializadas. Ou seja, é o Chevrolet mais vendido do mundo. No Brasil, mais de 140 mil unidades já foram vendidas desde o seu lançamento, um marco importante considerando competidores de peso como Toyota Corolla e Honda Civic. O preço começa em R$72.450,00.
Ficha Técnica
Motor
Modelo: M18XFF
Disposição: Transversal
Número de cilindros: 4 em linha
Cilindrada (cm3): 1.796
Diâmetro e Curso (mm): 80,5 x 88,2
Válvulas: DOHC, quatro válvulas por cilindro (Dual CVVT)
Taxa de compressão: 10,5:1
Potência máxima líquida Etanol: 144 cv a 6.300 rpm / Gasolina: 140 cv a 6.300 rpm
Torque máximo líquido Etanol: 18,9 kgfm a 3.800 rpm / Gasolina: 17,8 kgfm a 3.800 rpm
Combustível recomendado: Gasolina comum e/ou Etanol
Rotação máxima do motor: 6.500 rom
Bateria: 12V, 60 Ah
Alternador: 100 A
Transmissão
Modelo: GF6 – Automática de 6 velocidades à frente sincronizadas
Relação de marchas:
Primeira: 4,449:1
Segunda: 2,908:1
Terceira: 1,893:1
Quarta: 1,446:1
Quinta: 1,000:1
Sexta: 0,742:1
Ré: 2,871:1
Diferencial: 3,720:1
Suspensão
Dianteira: Independente McPherson, molas helicoidais com carga lateral, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás
Traseira: Semi-independente com 2 braços de controle, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás
Direção: Elétrica, pinhão e cremalheira
Direção redução: 15,5
Direção número de voltas 2,74
(batente a batente):
Diâmetro de giro (m): 10,65
FREIOS
Tipo: Discos dianteiros, discos traseiros
Disco diâmetro x espessura (mm): Dianteiro: 276 x 26; traseiro 268 x 12
RODAS/PNEUS
Roda: 7J x 17
Pneus: 225/50 R17
Tanque de combustível (litros): 60,3
Óleo do motor (litros): 4,25 (4,50 com o filtro)
Sistema de refrigeração (litros): 6,5

Carolina Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.