
BMW R1200 GS: motor de 125 cv para cair no mundo
Modelo big trail, com seu motor boxer, traz desempenho e ótima dirigibilidade na estrada e o gerenciamento eletrônico de tração, freios e suspensão torna a viagem mais segura e confortável
Texto: Arnaldo Bianco
Fotos: Marcello Garcia
Ouvir as pessoas falarem de viagens de longa distância com motos big trail está se tornando algo cada vez mais comum. Com uma BMW R 1200 GS, então, a tarefa fica mais fácil e prazerosa, a motocicleta é perfeita para cair no mundo e sentir a liberdade de uma motocicleta.

Montar na GS exige certa ginástica. São 2207 mm de comprimento com o assento a 850 mm do chão na posição mais baixa e a 870 mm na altura total. Para alguns um estribo seria ideal, já que qualquer descuido pode levar moto e motociclista para o chão, principalmente em paradas repentinas. Uma queda que não seria nada agradável, pois a bike pesa 238 quilos em ordem de marcha.
Mas quando em cima da 1200 a coisa muda completamente de figura. A sensação de tamanho e peso somem completamente, uma vez que a ergonomia é um dos pontos altos dessa alemã, fazendo com que a postura de pilotagem seja tomada de modo natural.
Antes de se dar a partida no motor boxer é preciso se familiarizar com muitos avisos que o sistema eletrônico passa através do painel de instrumentos, ou melhor dizendo, de informações. A principal informação é o tipo de controle de rodagem.

São cinco modos de rodagem que podem deixar a alemã mais calma ou mais nervosa – Dynamic, Road, Rain, Enduro e Pro Enduro – tudo vai depender das condições do tempo e tipo de terreno (sua capacidade de tocada também conta, mas nesse caso isso ficou em segundo plano).
Para saber como era o comportamento da R 1200 utilizamos todos os modos de gerenciamento para conduzir a bike. O sistema de gerenciamento eletrônico atua no controle de tração, freios e suspensão, tudo para proporcionar ao condutor a maior segurança possível nas mais diversas situações de pilotagem.
Como se trata de uma big trail é natural que eu, você ou qualquer outra pessoa que tenha algum amor à vida utilize a moto com certo respeito, principalmente em rodovias sinuosas, certo? Certo, até você ver que o modo Dynamic e o motor com 125 cv a apenas 7700 rpm e torque de 12,7 kgf.m @ 6500 rotações por minuto não ligam muito para o seu amor próprio e sim para a adrenalina e diversão que você pode conseguir em uma boa rodovia com curvas fechadas.

Mas cuidado, a aceleração é forte e vai fazer seu estômago colar nas costas; o meu ficou mais nas costas que o normal. Após contornar as primeiras curvas da rodovia Fernão Dias logo após passar a divisa de estado, uma sensação de confiança foi invadindo meu cérebro e a cada curva contornada mais cedo eu fazia a reaceleração, e isso sem utilizar o auxílio do controle de tração – modo Road. Cada vez mais as frenagens eram retardadas e a inclinação e velocidade aumentavam a cada curva, e olha que sou um motociclista mediano!
Todo o conjunto da moto favorece a tocada forte, começando pelos pneus, 120\70 R19 na dianteira e 170\60 R16 na traseira da marca Michelin, que promovem uma aderência sem igual. A posição do motor é uma coisa à parte, os cilindros horizontais – boxer – ajudam a baixar o centro de gravidade da moto, o que por si só seria muito bom para o desempenho e, com toda a eletrônica embarcada, fica ainda melhor.
Após uma para um café na cidade de Pouso Alegre – MG, fizemos uma troca de pilotos, até mesmo porque meus companheiros de viagem também estavam montados em suas GSs 1200, só que cinco anos mais velhas.
A diferença entre as motos é brutal, em todos os aspectos. Porém, o que mais me chamou a atenção é que a GS antiga tem um porte maior e é mais pesada para pilotar. Para o piloto da GS 2010, a R 1200 deixou uma ótima impressão, e olha que ele já rodou a América Latina toda com a dele. Acho que ele vai pôr a R 1200 na lista de motos para comprar.
Se você é do tipo mais tranquilo, mude a configuração para Rain e a bike não vai mudar totalmente de personalidade. Ela vai parecer ter entrado em um estado letárgico em comparação com o modo Dynamic, principalmente na resposta ao acelerador, deixando a moto “amarrada”.
E já que estávamos testando as configurações de gerenciamento de motor, tínhamos que saber se o controle de amortecimento também teria tanta influência no comportamento da moto.
E para ser realista nem eu e nem o meu companheiro de teste sentimos diferenças utilizando os modos Normal, Hard e Soft, e olha que pegamos algumas estradas bem irregulares e fui alternando as configurações para ver se conseguia perceber mudanças na resposta da suspensão, mas nada aconteceu.
Talvez tenha sido falta de sensibilidade minha. Toda essa parafernália eletrônica tem um preço, e só é visto ou percebido quando você falha ou exagera na tocada, e em alguns raros momentos de exagero senti o controle da tração atuar.
Além de tudo que já foi dito, alguns outros detalhes simples fazem a diferença para o condutor e estão muito à mão, como, por exemplo, a regulagem do para-brisa que pode ser acertada apenas com uma mão e com a moto em movimento, ao contrário de alguns concorrentes em que é preciso utilizar as duas mãos para soltar a regulagem e deslocar o para-brisa.
A BMW R 1200 GS é uma moto para, cair na estrada e ganhar o mundo e com certeza isso vai ser uma rotina na sua vida. A R 1200 GS tem o preço de R$ 69.900.

Carolina Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.