Eletrificação combina sustentabilidade, energia renovável, infraestrutura e tecnologia

Eletrificação combina sustentabilidade, energia renovável, infraestrutura e tecnologia

A Coluna Mecânica Online fala sobre eletrificação e sustentabilidade. Para ter um carro sustentável é preciso cuidar da economia circular relacionada a ele

Nos últimos anos, a compra de um veículo vem passando por uma grande transformação. Inicialmente as pessoas desejavam ter um veículo, sem haver uma relação com os demais sistemas envolvidos. Agora surge a preocupação em pertencer, ou seja, se o veículo e o alinhamento da marca estão no mesmo perfil do consumidor.

Essa nova realidade estamos acompanhando mais de perto nos veículos eletrificados, algo muito maior que a definição de híbridos (HEV), híbridos Plug-in (PHEV) e elétricos 100% a bateria (BEV), pois os fabricantes demonstram a busca pelo controle do processo como um todo – do poço à roda, e não apenas o produto final.

Acesse os vídeos do You Tube

Leia a Revista Oficina News completa

Esse cenário contempla todos os estágios do ciclo de vida de um veículo, da aquisição da matéria-prima ou da sua geração a partir de recursos naturais até sua disposição final, considerando as emissões de carbono desde a fabricação dos veículos, as emissões da fabricação das baterias e as emissões das recargas elétricas.

Quando nos referimos a um veículo sustentável, encontramos peças feitas com garrafas plásticas usadas, sobras de borracha, retalhos de tecidos, tingimento com extrato de oliveira, papel reciclado, madeiras de reflorestamento sem qualquer uso de resina, plástico de cana, espuma de soja, algodão, juta, fibra de coco e palha de arroz, entre outros materiais.

Inclusive com atenção aos processos produtivos, como – por exemplo – a redução ou mesmo a exclusão do uso de peças galvanizadas, saindo de cena os cromados, que podem chegar a responder por mais de 20% da emissão de carbono por cada veículo produzido. Infelizmente esse processo ainda não possui uma forma mais eficiente de execução.

É cada vez maior a conformidade com padrões sociais, direitos humanos e aspectos ambientais, como a busca de transparência durante o processo de extração de lítio e cobalto com origem certificada.

O uso de energia renovável em todo o processo de produção de um veículo e das células na bateria utiliza aproximadamente 80% menos CO2 em função da origem da energia. Um aspecto interessante fica por conta da energia nuclear, considerada de origem limpa, mas que possui dificuldades em seu controle, em função do reator.

Uma curiosidade: 1 litro de gasolina depreende 100 vezes mais energia que 1 kWh, visto que o íon de lítio é muito sensível a temperaturas como a variação entre calor e frio. Se a temperatura subir muito, ele perde frequência; se a temperatura baixar muito, ele não funciona como planejado.

Com isso, uma pergunta comum é que, considerando um veículo elétrico ter bem menos componentes que um veículo com motor a combustão (ou seja, ele é mais simples, mecanicamente falando), qual a razão de ser tão caro? Ele é caro porque os controles de temperatura das baterias são extremamente refinados para suportar as intempéries e manter sua durabilidade.

Mesmo com o otimismo em relação a uma frota cada vez mais verde e eletrificada, há um importante desafio no caminho desta conquista: a infraestrutura para os carros elétricos.

Até 2030 temos uma previsão de 80 mil pontos de recarga elétrica em todo o território brasileiro, que também possui a vantagem de ser responsável pela maior geração de energia solar do mundo.

Ano passado, de acordo com Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil ultrapassou a marca histórica de 11 GW de potência operacional advinda de fontes solares fotovoltaicas.

Por último, mas não menos importante, os novos veículos chegam com as mais recentes tecnologias que estão na prateleira.

São tecnologias de condução semiautônoma como controle de cruzeiro adaptativo, auxílio de estacionamento, reconhecimento de sinais de trânsito baseado num sistema de câmeras e assistentes de direção adaptável e de frenagem autônoma, além de função de orientação da pista que reconhece as marcações das faixas e os veículos nas pistas ao lado e à frente, entre outros recursos.

Hoje, ser sustentável vai além da compra de um veículo, pois o consumidor já está atento a processos produtivos, ciclos de vida, infraestrutura de abastecimento, pós-vendas, reciclagem e destinação final, além do alinhamento construtivo no pacote tecnológico oferecido.

A tecnologia dos veículos está considerando cada vez mais o compromisso com a sustentabilidade por meio do uso responsável de recursos em toda a cadeia de valor, nas fases do ciclo de vida de um carro.

Carro esse com otimização de peso por meio de diferentes processos de fabricação e equipados com materiais inovadores que geram efeitos positivos na autonomia elétrica e na dinâmica de condução.

Coluna Mecânica Online traz o assunto: Biocombustível brasileiro é opção para descarbonização automotiva. “A contribuição da cadeia automobilística
Tarcisio Dias é profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista, idealizador do site Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br) e colunista da Revista Oficina News

 

Read Previous

GWM Haval H6 Premium HEV chega com motores combinados

Read Next

Mobil e a Escola do Mecânico se juntam para capacitar reparadores