
Troca do amortecedor da Montana na Monroe
Acompanhe a substituição dos amortecedores e seus agregados da picape leve da Chevrolet, já na nova versão, que pede atenção na hora da compra por conta da aplicação
Texto: Carol Vilanova
Fotos: Edinho Paiva
Colaboração Técnica: Tenneco/Monroe
Uma picape de passeio pode ser leve, mas foi feita para suportar carga. E como todo veículo, é melhor que esteja com a suspensão em ordem, afinal se precisar ser carregada, fica mais apta ao trabalho. Então, é melhor que a manutenção e a troca preventiva dos amortecedores sejam feitas no prazo adequado com a inspeção de todos os componentes do sistema. Nessa reportagem, vamos fazer a substituição na Chevrolet Montana 2013/2014, na versão LS, que está com 48.321 km.
A suspensão dianteira do veículo é do tipo independente e usa amortecedor estrutural, que faz parte integrante do carro, ou seja, a roda fica sem sustentação para girar. No eixo traseiro, temos o conjunto semi-independente, que utiliza o amortecedor convencional, é um formato mais simples, mesmo que seja removido, a roda ainda gira.
O técnico da Monroe, Juliano Caretta, explica que o amortecedor possui três funções: controlar o trabalho das molas, como se fosse um freio da mola; manter o contato do pneu ao solo, que pula com o amortecedor ruim e pode desgastar mais facilmente ou ser escamado; e proporcionar os benefícios para o carro e para o motorista: segurança, conforto, estabilidade e controle. “Trocar e manter o amortecedor de forma correta vai evitar problemas na dirigibilidade do veiculo”, completa.
Ele indica que na troca do amortecedor, o mecânico deve aproveitar e verificar outros pontos da suspensão do carro. “Ver ser as molas estão em ordem, se há pontos de oxidação, ou se estão desalinhadas, o que gera ruído e barulhos. É essencial checar também as coifas e buchas em geral”.
Depois de fazer a inspeção visual na Montana, não foi encontrado nenhum indício de que os amortecedores precisam ser trocados, mas vamos fazer a substituição preventiva por conta da quilometragem.
Juliano lembra que não existe um tempo de validade definido para o amortecedor, vai durar de acordo com as condições de uso do carro. “Porém recomendamos verificar a cada 10 mil km ou quando o cliente nota qualquer problema, a montadora recomenda uma troca preventiva, em torno de 40 mil km, pois com essa rodagem significa que já se movimentou mais de 105 milhões de vezes”, complementa.
Diagnóstico
O motorista percebe quando o amortecedor está com problemas quando ouve ruídos na suspensão e batidas e rangidos ao trafegar. Já o mecânico, pode intensificar o diagnóstico quando perceber que o carro balança excessivamente.
“Uma das funções do amortecedor é controlar a mola, se não está funcionando corretamente, a mola fica abrindo e fechando e a carroceria fica subindo e descendo. Outros sintomas são quando os pneus dão pequenos pulos no solo e começa a escamar, prejudicando a banda de rodagem”, afirma Juliano.
O que o motorista tem que fazer é levar o carro ao mecânico, que vai levantá-lo num elevador e fazer uma inspeção visual, verificando se a peça apresenta vazamento, travamento, ou azulamento na superfície metálica da haste.
“Quando isso acontece é porque houve uso excessivo do veículo, ou carga lateral na haste, ou ainda quando a cambagem é corrigida incorretamente torcendo o amortecedor. Depois de remover o amortecedor, a indicação é fazer um exame manual, avaliando outras características da peça”.
Substituição
Se for necessário trocar o amortecedor, é mais aconselhado que ser se troque o kit também, composto pelo coxim, batente e coifa. “Como são peças que trabalham junto com o amortecedor, indico a troca pelo aumento da vida útil do conjunto. A mola também deve ser verificada, se está descascada ou enferrujada, se tem marcas nos elos, trincada, etc”, diz Juliano.
Na verdade as peças do kit são vendidas separadas, mas já que vai abrir é melhor trocar tudo de uma vez. “Verifique também o estado de componentes de borracha, buchas de bandeja, bieletas, pivôs e terminais”.
O primeiro passo é colocar protetores nos para-lamas, no banco e no volante. “Cuidar do carro do cliente”, orienta Juliano. Não esqueça também de usar os equipamentos de proteção: luva, óculos e protetor auricular, se usar a pneumática.
Outra dica do técnico é em relação à aplicação correta da peça: na dianteira até 2009 o amortecedor é um, depois, como ganhou arranjo diferente de suspensão, a picape utiliza outro amortecedor.
Dianteiro
1- Ainda com o carro no chão, afrouxe as porcas da roda e a fixação superior do amortecedor.
Obs.: para facilitar a montagem e o alinhamento posterior, marque a posição do pneu para que seja montado na mesma maneira.
2- Afrouxe a fixação inferior, que é formada por dois parafusos 18 mm com porca e contra porca. Utilize as chaves normais.
3- Depois, tire o parafuso inferior dessa mesma fixação.
4- Antes de remover a peça, coloque o cavalete para dar apoio na roda e não danificar outros componentes, como os flexíveis de freio.
5- Solte em seguida, os flexíveis do freio. Podemos ver que amortecedor já está livre.
6- Agora, vamos abaixar o carro para tirar as fixações da parte de cima.
7- Depois de soltar a fixação superior, volte para terminar de soltar a parte de baixo. Assim é mais seguro, pois quando soltar em cima, o técnico pode segurar a parte de baixo, evitando que a conjunto do amortecedor caia. Remova lateralmente o amortecedor com cuidado.
9- Leve a coluna do amortecedor para a bancada e coloque na morsa.
10- Use o encolhedor de molas para retirar o amortecedor. Na hora de encolher, uma garra do encolhedor deve estar contra a outra. Devidamente posicionado, encolha a mola até que fique livre dentro do conjunto.
11- Coloque a ferramenta especifica para remover a fixação superior da linha GM na ponta da haste. Dica: segure a haste e gire apenas a porca de fixação.
12- Retire o coxim usado e troque por um novo, pode reutilizar a porca de fixação.
13- Tire o localizador, que tem posição na hora da montagem e tire o batente de compressão.
14- Retire a mola e inspecione o estado dela.
Obs.: O técnico conta que existe grande preocupação com o recondicionamento do amortecedor no mercado, uma pratica erada. “Se fosse possível recondicionar, a própria fábrica o faria”, diz Juliano. Portanto, é indicado que se passe a haste do amortecedor no esmeril e dê batidas no tubo, para evitar que seja reutilizado.
Montagem do amortecedor
1- Na hora da montagem, primeira coisa a se verificar é a aplicação correta da peça. Certifique-se ainda que a garantia está na embalagem.
2- Faça uma limpeza na mola e verifique seu estado.
3- Vamos aproveitar a abraçadeira de fixação, onde fica o suporte dos flexíveis.
4- Com o amortecedor novo, faça a sangria, ou escorvamento, da seguinte maneira: coloque-o na posição de trabalho, em pé, e abra a haste até o final. Vire a peça e feche o amortecedor até o final. Quando abrir e fechar, completa um ciclo, fazer de três a quatro ciclos.
5- Monte o suporte do flexível: coloque o batente com o furo maior para baixo.
6- Coloque a mola. É importante observar o encaixe correto dela: encaixada no “stop” do prato inferior, onde a mola vai encostar. Se isso não for feito, altera a geometria do carro, e dependendo da posição pode dar ruído e barulho ao usar o veiculo.
7- Depois vem o isolante superior, calço de mola superior montado direto no localizador. A posição correta de montagem é com o bico do localizador apontando para o “stop” da mola.
8- Monte o coxim de fixação superior e coloque a porca de fixação apertando até o final. Não é necessário torque forte, porque é só para segurar o conjunto.
Obs. Juliano comenta que um dos erros frequentes é a montagem da porca acima do localizador e depois encaixar o coxim por cima da porca, mas a porca se aperta acima do coxim.
9- Solte a mola do encolhedor e leve o conjunto para o carro. Monte na ordem inversa da desmontagem.
Troca do traseiro
1- Tire o pneu da roda e faça a mesma marcação para posição correta da montagem.
2- Solte o aperto da fixação com uma chave torx 20 mm.
3- Para tirar o superior, use a chave torx 18 mm, ou seja, os parafusos são diferentes.
4- Coloque o cavalete para dar o apoio na roda.
5- Depois termine de soltar os parafusos de fixação.
6- Tire o amortecedor velho e passe a haste do amortecedor no esmeril e amasse o tubo, para evitar que seja reutilizado.
7- Na hora da montagem da peça nova, a primeira coisa a se verificar é a aplicação correta da peça. Certifique-se ainda que a garantia está na embalagem.
8 – Com o amortecedor novo, faça a sangria, ou escorvamento.
9- Monte na ordem inversa da desmontagem.
Obs.: Sempre é necessário fazer o alinhamento depois de trocar os amortecedores.

Carolina Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.